Não é vista para a avenida iluminada
e nem para ser vista no mar...
É vista grossa pra parede
paisagem fora do ar
pomar de frutas delinquentes
onde o facão é mera acrobacia no breu
Nesse quarto
existe quatro ângulos:
1º “o rosto revirado”
2º “olhos revestidos de veias pulsantes”
3º “pés lisos em sax-alto”
4º “quadris e coxas em pose pêra cortada”
Da janelas do nono andar
fotos desumanas,
envolventes
de uma menina loira do tipo sereia bêbada
e de um homem-tal-como-sujo
Dos ocorridos
um fruto foi desflorado
tessitura desmedida
sem prumo
sem pelo
defumado
dócil e cruel como tentáculos
Desfrutes de uma noite em claro
curtições de uma cidade inimiga
Ela foi a primeira das penúltimas
depois
tudo se tornou horror
certa carnificina
De humano e caloroso
só sobrou o mijo quente no piso de porcelanato,
o isqueiro
e os óculos de grau
A arte dos que não sabem pintar. pic. Lucas FL. |
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