terça-feira, 22 de maio de 2012

Na sonoplastia terror/erótico do contrabaixo


Não é vista para a avenida iluminada
e nem para ser vista no mar...

É vista grossa pra parede
paisagem fora do ar
pomar de frutas delinquentes
onde o facão é mera acrobacia no breu

Nesse quarto
existe quatro ângulos:

1º “o rosto revirado”

2º “olhos revestidos de veias pulsantes”

3º “pés lisos em sax-alto”

4º “quadris e coxas em pose pêra cortada”

Da janelas do nono andar
fotos desumanas,
envolventes
de uma menina loira do tipo sereia bêbada
e de um homem-tal-como-sujo

Dos ocorridos
um fruto foi desflorado 
tessitura desmedida
sem prumo
sem pelo
defumado
dócil e cruel como tentáculos

Desfrutes de uma noite em claro
curtições de uma cidade inimiga

Ela foi a primeira das penúltimas
depois
tudo se tornou horror
certa carnificina

De humano e caloroso
só sobrou o mijo quente no piso de porcelanato,
o isqueiro
e os óculos de grau

A arte dos que não sabem pintar.
pic. Lucas FL.

















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