Van Gogh
Surto inopinado
antes do alvor.
Gagueira insiste
não há palavras
Ouve-se vozes
de ratos.
O Queijo podre
lança o golpe.
A formiga
na fila eterna
espera o grão
a migalha
a sujeira
e decompõe-se
junto à matéria
orgânica.
No teto
os cupins
devoram
a roupa
a madeira
a carne
os sentidos.
E Proliferam-se.
Também a água
contamina-se
infiltra-se
na parede
no teto
na veia
e faz mofar
o que era belo
Os moveis
no pó.
A roupa
desgastada.
O sapato sujo
e velho
no chão.
O abandono.
A casa
um porão
fede urina
carniça
perde o viço.
Perdem-se
também
os amores.
Dani R.F.
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