quarta-feira, 28 de abril de 2010

Carta de amor p/ Bertalha Coração


De lá pra cá tenho exatamente algumas horas
e por muito menos alguns 
prolixos talheres 

O espaço se fez 
dos lados de qualquer armação 
as colheres que ao pôr-do-sol não previam o sabor,
saturadas de calma
ressoam antigas mordidas

lembrei daquela procissão acesa em seu jeito 
buscava suprir um mal
que ao calar podia descarrilhar qualquer entidade
eram os azes 
e entre um e outro
um infectado jogava cascalho nos trilhos
vacilando a grande maquina

Daqui de cima segue dançando enfermidades lindas da alma 
e alguns canários...
minhas tardes retorcidas de esporas e jugular
  e o leite a talhar entre a janela e a rua

Ontem a Av. Misericórdia com o contorno Esbugalho  
cantaram "Envelhecer sem controle"
Ah meu amor, 
Essas poças!...
 Esse nado ancorado sem você


                                                                     

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