Matisse (1869-1954)
janela
o beiral corroído
a vista corroída
as pernas abertas
lá dentro
paredes tortas
o chão morto de frio
e os passos soando como um cavalo velho marchando pela noite
hotel sinuoso
estranha mesa,
desmaiado cinzeiro
cotovelos sul-americanos
sentimento langoroso,
um desconforto forasteiro de duzentos anos
na ponte, neguinhos pedalando suas bicicletas
carros potentes lacerando a madrugada
pizza e o cheiro perfumado da classe média...
a donzela de quatro
o banho
as coxas
Pela manhã
esqueceu do café que o hotel oferecia
deixou a mulher com as ancas preguiçosas
e a presa rangendo
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