sábado, 5 de junho de 2010

Norambuena









Salvador Dali


Em meio ao solilóquio harmônico
De um escritor de Castella,
Algo rompe no espaço
A concentração quase didática
De meu ouvido.

Um ritmo forte num tempo constante
Embalou-me com sua serenidade.
A respiração compassada de meu cão
Derrubou-me do pedestal de minha prepotência,
Igualando-nos à condição de dependentes do oxigênio.

Calou-se o espanhol.
E na sala de estar,
Um acompanhado do outro,
Compartilhamos a solidão da noite
E o elemento vital que nos une
E nos consome.


                          Norambuena.

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