Há dois cômodos brancos na casa
Que separam duas vidas incomuns
e se fazem presente na estranheza do convívio relutante.
No café, a amargura do gosto quente
Mistura-se com o mau hálito do álcool da véspera
Entre um sussurro e um grito
O ódio queima as vísceras do inimigo.
À tarde, a cópula ainda indesejada
Causa violência estomacal.
O outro fica a observar como bicho faminto
As unhas vermelhas que tocam a vulva.
Sem palavras e muitos ressentimentos,
Impregnado de imagens eróticas
O casal se sacia com a masturbação
E se vê obrigado a partilhar o alimento.
Dani R.F.
Um comentário:
Olá pessoal do Trem de Doido! Vi a mensagem de vocês no Bodegário e fiquei muito feliz pelo interesse no texto "Carta I". Estejam à vontade pra publicá-lo. Abraços!
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