domingo, 2 de novembro de 2014

Ribeirão Vermelho

















beira do rio
uma mancha barrenta sobe
e cerca as canelas

alto da cabeça
apitã plana com o som de uma locomotiva
e um braço acena para o negro pássaro

curso d'água
meninos pulam de uma draga e explodem no verão
ponte descarnada
praia rebordosa
e os olhos fundos espiando

remanso
a respiração desembarca
rumo aos batimentos 
as pedras vibram
oração bucólica

meio do mato
ruínas de uma rotunda
missa quente
febre entre as pernas
e o descanso dela na varanda



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