quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Cosmopolita

As presas

A vida tem sua gênese cravada na carne e na fome
Valido de pequenos ornamentos que rasgam e trituram

“o homem é mandíbula”

Essas pequenas estruturas de cálcio
amarelam-se com café
bambeiam-se com o tempo
apodrecem com o açúcar
. . . 

“se cuide”

A filosofia não lhe servirá em coisa alguma
se você não possuir no mínimo uma dentadura
. . .

A outra

São infinitas...
A multiplicação das faces aconteceu

é um milagre!

“somos um tipo semelhante”

Graves fermentadas ossudas sintéticas oleosas vermelhas
encardidas secas queimadas puras inchadas raquíticas fartas enrugadas

Elas brotam e secam como folhas
e seu viço dura aproximadamente meio século
. . .

O cheiro

Em todos os graus e ângulos
(a)simétricos
Italianos turcos africanos
desalinhados abertos enormes pontudos 
amassados finos pequenos rechonchudos esculpidos

Há narizes espalhados por todo o mundo
perambulando solitários entre ácaros coca perfumes e CO2
. . .

Sortilégio 132

Oh Zéfiro
Ok Tupam e Ogum!
“vós” nos misturastes
no copo
saturando e esvaziando
num respiro profundo e na asma quimérica

Sua prole delirante
compassada no metrônomo ansiolítico
matéria oca do escárnio do amor e do vício
ainda padece do elemento originário
“a vida”

A mão futurista
(pic. Lucas FL.)

Um comentário:

L. Rafael Nolli disse...

Uma boa amostra essa. Todos muito bons.