sábado, 17 de março de 2012

A coisa está salgada


Entre cabeças de peixes
e urubus na areia
o fluxo argiloso
ilustra calmamente algumas alucinações litorâneas

Nas rochas
o transitório pega carona num trevo
o libertino derrete
e o simbolismo é uma ostra presa na óptica
. . .
Desmaio numa praia
epilético como um peixe fisgado
noto as batidas do coração falhando como um velho telégrafo
não ouço
não escuto
só osso

por dois momentos
rumino 3/4 de um [flash]
o primeiro eu não discerni
o outro ela escondia na sua lucidez

Por fim
conversando com um pintor
fingi encarar como homem-concreto a poesia
mas...
de pescador roto e Quixote
todo poeta tem um pouco...
desisti da ideia
e me joguei no mar

pic. Lucas FL.




















 

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