quinta-feira, 23 de junho de 2011

De junho


Uma conversa
e o jornal forrando o banco
coisas leves
respingadas a molho

Você
e seus cachorros soltos

Ele
Pela falta de barba
ou idade
se desconhece

Se aqueles meninos parassem de correr
escutaríamos mais o uivo do cão emancipado nas ruas

Não pegaria sua comida
apenas seguraria seu pulso
e quanto custaria seus batimentos cardíacos?

É a estação dos ruídos afinados
riscando a pintura do carro
fora do ângulo
tempo de transfigurações

Onde o erótico
não passa de palavras feitas de gesso
enroladas num cachecol velho
retorcendo os fatos

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