quinta-feira, 23 de junho de 2011

De junho


Uma conversa
e o jornal forrando o banco
coisas leves
respingadas a molho

Você
e seus cachorros soltos

Ele
Pela falta de barba
ou idade
se desconhece

Se aqueles meninos parassem de correr
escutaríamos mais o uivo do cão emancipado nas ruas

Não pegaria sua comida
apenas seguraria seu pulso
e quanto custaria seus batimentos cardíacos?

É a estação dos ruídos afinados
riscando a pintura do carro
fora do ângulo
tempo de transfigurações

Onde o erótico
não passa de palavras feitas de gesso
enroladas num cachecol velho
retorcendo os fatos

A-gosto do freguês


A-gosto?

se ao gosto
de hipertensos: sal
e diabéticos: açúcar

Se des gosto
ao menos
al dente
ardente
a carne
o ál-cool

Se a-gosto
tempero
há gosto
sabor
há gozo
mastigue.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Oswald de Andrade

Retrato de Oswald de Andrade, 1922
Tarsila do Amaral ( Brasil 1886-1973)

Wassily Kandinsky


União de Cartório


A manequim
de vestido A4

Ela finge não saber...
Ele,
mal-falado

Os pardais 
pombos
e alguns gatos pingados
assistem
se cutucam
e pedem mais sal

Ponta-pés da juventude
antecipando ângulos
frutos
missa
seios

Nessa cerimônia
compareceram
apenas a vanguarda Neo-Dada
ou Gaga?

Um casamento
tão macabro
quanto Poe

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ecos

Minha escrita é qualquer coisa
menos poesia
é a pura conversa fiada
não tem verdades
nem medidas
o típico papo furado
feita para descarte imediato

Sua composição
é pura maravalha
restos de um marceneiro cansado
velho, quase surdo
Que toca a vida
com seu rádio empoeirado
cheio de gambiarras
fios desencapados
de precária sintonia

É sintomaticamente feia
retirada de corpos doentes
semelhante a
apendicites
hérnias
vesículas
verrugas
e pequenos cânceres benignos

Não embala amantes
não incita a juventude
não provoca o estado
não inspira

Até poderia comercializá-la
como veneno para ratos
ou como soda para desentupir pias

Meus versos
valsam com o mal gosto.

sábado, 4 de junho de 2011

Extorsão

Talvez já tarde
ele possa acordar
se vestir mal
e não pensar em coisa alguma

Não compraras
Não roubaras
Não mataras
apenas abaixará o vidro do carro
e a profecia se cumprirá

“Um dia todos os homens mal-tratados
poderão cortar o próprio bucho sem sentir dor
Amém à procissão dos vigaristas
à luta
à engorda de porcos
à fragmentação”

Bebo sua irmã


Que fique bem claro. O final é seu.

Será uma convencão de forças?

Mais fraco eu, mais fraca a minha determinação, poderia acabar com o bom? É o bom? Intento acabar com o bom?


Bona, muito bona todo o artifício do meu pequeno ego, surgindo paralelo a todos, todas pequenas questões práticas. Práticas belas, não imundas pequeno falastrão, pequeno do gozo em tê-lo em pegar uma pequena parte mais, da minha longe prática. Me ajude. Posso contar?  Até meu gozo tremer de cansar, sua grande face me deitar mais belos cachos onde intento alcançar? Bela, muito bela fisionomia, muito bela pederastia nunca alcançar? Reitero, todo o diálogo. Sua Sua bela foi paranás muito pouco Isabela.


Pouco dá... 


Não os sonhos, mas as palavras. Talvez o livro. Todo encapado. Vai, belas as grandes páginas empoeiradas e chamuascando no sebo? Não, isso era gostoso. Muito gostoso. Dos masi belos gostos que sentia visitando uma cidade moribunda. Mesmo as mulheres me deixaram com o certo pesar. De cidade. De cidade porca. Muito verde, admito. Muito mais verde do que todos os terrenos largos e caminháveis da minha região. Embora minha região não se pareça com esse campos ela é muito bela. Daquelas onde se pode ver a cidade limítrofe subindo em algum penhasco - onde eles não existem. E no conto rpé, veio uma bela ideia.

Amo sua irmã.
Que?!
Amo sua irmã.
Esse cara bebeu demais.
Pois é, amo sua irmã, tenho tesão por ela.
Hm...
Sua.

E parece uma bela piedade, seu desejo em me mostrar como é fraco o beijo. Chamusca demais. 

Bebo desprezo.