domingo, 3 de janeiro de 2016

Apostador

I

um feixe de formas velozes
o galopar de cenas
um cavalo matiz
e um jóquei acrílico

II

o caseiro do sítio
próximo ao regato
pisoteia o chão úmido da mangueira
e pressente

as duas da tarde
desce do jipe
o halo
e um arrepiar de mamangava

tal
segura a tesoura de jardinagem,
desdobra seu tempo
e beterraba o curso d'água

para onde vai a escurecida,
com sua escassez de munheca e prata? _ pergunta o caseiro.

para o fim do pomar,
a parreira ainda cresce paralelo ao barranco
e a sua sombra arqueada permeia um réptil

O joquei Perdido-Magritte

Um comentário:

VInicius Tobias disse...

Ficou excelente! Acho, e só acho, que para tu o comedimento é o que anda caindo melhor. Quando o centramento se ocupa em botar um franzido de testa na paisagem-tópico ao invés de uma explosão escatológica é o momento em que a maior parcela de energia é liberada!