Aquela moça solteira
atua em câmera lenta
boca e copo
deitada num colchão velho cheio de manchas
assiste um filme
esperando o tempo passar
e o sono bater
uma vez e outra
distrai-se olhando a janela da sala
a existência fantasiosa de um voyeur
encarniça-a
pausa no filme
e ao voltar da cozinha
traz consigo uma garrafa vazia
e sua nudez
num súbito ato
põe-se de quatro
encostando uma das faces no taco de madeira
as nádegas brancas
e um outro lá fora
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